Relatos sobre o All Kyokushin World Tournament.

Um evento digno dos grandes mundiais, assim definiu o Kancho Ademir da Costa. Logo na chegada, os atletas foram conduzidos em vans, enquanto que alguns dos maiores mestres tiveram à sua disposição um veículo com motorista para os levarem à recepção e aos eventos paralelos.

Uma organização impecável, um grandioso campeonato com 60 países, mais de 10 organizações presentes, altíssimo nível competitivo.

Infelizmente a delegação brasileira não conseguiu um bom desempenho, os atletas Ariane e Marcos perderam por decisão dos juízes, devido ao nervosismo não lutaram muito bem. O atleta Luiz Ivanov, também pelo nervosismo, ganhando a luta com um russo (vice-campeão da categoria), após uma queda do adversário acerta um chute e com a perda destes pontos perde a luta na decisão dos juízes.

Porém, a grande decepção e supresa foi a atuação do atleta Enrico Magalhães, que na sua primeira luta (com adversário húngaro), talvez devido à ansiedade pela obrigação de fazer uma luta maravilhosa, busca sempre o K.O. não encaixando bem seus golpes. O Enrico foi bem mais agressivo que o adversário no 1º round, tanto assim que dois juízes deram a vitória para ele e dois deram empate; o juíz central opta pelo empate também e assim a luta prossegue, na segunda prorrogação, apesar dos pedidos do Kancho para que o Enrico atacasse, ficou esperando uma oportunidade de nocautearo adversário, o tempo se esgotou e os juízes deram a vitória para o húngaro.

Apesar disso, o Kancho afirmou que serviu como uma lição muito grande para o Enrico, perdendo por excesso de confiança, tendo que reavaliar a sua parte psicológica. A luta é um jogo e você deve jogar sempre conforme a necessidade do momento e não se fixar em apenas um objetivo; nem sempre é possível um K.O., mas ganhar por pontos é ganhar de qualquer forma.

Por outro lado, a grande estrela da Seiwakai neste campeonato foi o atleta uruguaio Carlos Correa; ganhou suas duas primeiras lutas por K.O., a 1ª contra atleta russo e a 2ª contra um atleta húngaro muito forte, encaixou um tobi hisagueri no queixo conseguindo um belo wasari e se classificando para as quartas de finais. Infelizmente o Carlos se machucou e não conseguiu faer uma boa luta contra o atleta russo (que foi o campeão da categoria), perdendo por pontos. Mesmo assim o Carlos ficou na 5ª posição na categoria e segundo as palavras do Kancho Ademir da Costa - "Com certeza ouviremos muito o seu nome como grande campeão Seiwakai peso pesado, ainda é faixa marrom e com certeza vai crescer muito dentro do estilo".

Duas coisas foram muito importantes neste evento para o Kancho Ademir, a primeira delas foi encontrar grandes e antigos amigos como o Gerard Gourdeaux e o Nicolas da Costa e ainda teve o prazer de conhecer o atleta Semmy Schilt, muito simpático, que estava representando o karate Ashihara como técnico de dois atletas. A segunda passagem importante para o Kancho foi o fato de participar da belíssima homenagem feita ao Sosai Mas Oyama, construíram um memorial, e os maiores mestres participaram de um cerimonial onde foram apresentados ao público o templo e a pedra onde consta a homenagem, tendo a figura do Sosai Mas Oyama com um touro na frente e às costas estão escritos os nomes dos maiores mestres que foram alunos diretos do próprio Sosai Mas Oyama, para nosso orgulho e satisfação, ali estava o nome do Kancho Ademir da Costa - 7º Dan, esta graduação reconhecida pe Organização Internacional Kyokushin foi uma surpresa e uma homenagem ao nosso Mestre.

Na Sayonara Party, ou festa de despedida, o Kancho teve mais uma grande satisfação; foi homenageado por diversos professores da europa e Hungria, sendo reconhecido por eles próprios como a grande inspiração que os levou à Arte Marcial. Disseram ao Mestre que quando eram jovens o assistiam em campeonatos e ficavam encantados com a sua técnica e seu estilo característico de lutar, o que os levou a querer aprender o karate. Estavam muito felizes de conhecer pessoalmente aquele que foi o responsável por levá-los ao karate e assim expressaram - "Até a época do Kancho Ademir da Costa - ele foi o primeiro a derrotar um japonês - após a vitória sobre o grande atleta Nakamura, ninguém acreditava que um estrangeiro pudesse derrotar um japonês e depois da vitória do Kancho Ademir, vimos que podíamos sim vencer qualquer adeversário, graças à você também exploramos muito melhor o nosso próprio potencial".

Textos: Kancho Ademir e Andre Von Tein.