segunda-feira, 24 de maio de 2010

Proteção nos esportes de Combate - Parte 1

A IMPORTÂNCIA DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

“AS LUVAS”

Falaremos em particular do Boxe e do Full Contact/Kickboxing, já que são estes os desportos que amamos e temos que manter o seu conhecimento acessível a todos que queiram desfrutar destes esportes de combate. Então começaremos com um pouco de história antiga.

O boxe está no grupo dos esportes mais antigos do planeta, segundo afirmações de Vieira e Freitas (2007). Há registros de que já entre os homens da pré-história havia formas rudimentares de lutas com as mãos, achados arqueológicos no norte da África atestam estas afirmações. Neste esporte não podemos afirmar que houve inicialmente um criador para esta modalidade, visto que em diversas culturas através da história conhecida, existem várias formas de lutas rudimentares com os punhos. Faria (1974) reporta que, o uso dos punhos cerrados como meio natural de ataque e defesa, deve ter sido largamente utilizado pelo homem primitivo, tão logo percebeu sua eficácia.

No berço da humanidade, a Grécia antiga, o boxe (pugilato) constituía o desporto que participou de todas as edições das Olimpíadas da era clássica, e consistia de uma luta que era praticada com golpes de punho, muito parecido com o boxe moderno, os competidores protegiam as mãos com faixas de pele de boi, de mais ou menos 2 metros de comprimento, enroladas nas mãos o mais apertado possível e presas nos pulsos por um sistema de correias.

Essa faixa, chamada “cesto”, foi pelos Romanos, reforçada com bolas de metal ou pregos, o que a tornava mais parecida com o soco inglês do que com as nossas luvas de boxe.

Na Grécia a luta perdurava até que um dos lutadores reconhecesse a derrota, coisa que dificilmente acontecia, preferindo lutar até a morte a passar pela humilhação da derrota. O vencedor das lutas era tratado como um Deus Olímpico. Já Para os Romanos a luta era realizada até a morte parodiando as lutas gladiatórias.

Na chamada era moderna é creditado aos ingleses à criação do chamado boxe contemporâneo. Encontramos esta afirmação em Vieira e Freitas (2007) que informa ser a manutenção e a modernização do pugilato como sendo dos ingleses, observando que no período onde não foram realizadas as olimpíadas, foram os britânicos que rebatizaram o esporte, passando em definitivo a chamá-lo de Boxe.

A modernização das regras, o desenvolvimento científico do treinamento desportivo, nos leva a crer que exista uma necessidade de buscar entender e aplicar o conhecimento desenvolvido neste aspecto.

A utilização (inversão) das luvas como hoje a conhecemos é creditada a Jack Broughton em 1838 que chamou este aparato de “muffles” (abafador), que era utilizada em sua academia por seus estudantes para “evitar inconvenientes, como olho roxo, queixos quebrados e narizes sangrando” em 1860 o marquês de Queensberry ratificou o uso das luvas quando da instituição das regras do boxe moderno.

Alguns estudos modernos afirmam que os impactos das luvas causam mais prejuízos ao cérebro em longo prazo e a ferimentos de globo ocular, do que os golpes provenientes de mãos nuas, todavia também se reparou que a incidência de lesões superficiais (cortes, hematomas) é reduzida.

Acredita-se que isso também pode ser atribuído a realização de lutas mais curtas que foi possível através do uso de luvas, o que resulta em lutas bem mais curtas do que as do passado, que chegavam a durar horas.

As luvas proporcionaram ao lutador aplicar seus golpes com maior força do que anteriormente, quando do não uso de luvas. Chegando também com isso, mais rápido ao Knockout. Também é interessante notar que, antes das luvas serem introduzidas, lutadores tentavam evitavam atingir a cabeça do oponente, devido ao risco de quebrar seus próprios dedos e punhos.

Agora deixo a pergunta, as luvas foram criadas para proteger as mãos de quem as usa ou para proteger o rosto do oponente?

Na próxima oportunidade voltaremos a falar sobre as luvas, como também dos capacetes e protetores bucais, que em conjunto contribuem para a proteção do praticante, buscaremos estudos na área que relatam a importância destes equipamentos.

A maior parte da publicidade negativa recai sobre o boxe como também do Kickboxing profissional, e pode ser entendida na afirmação de Bledsoe, Li & Levy (2005) que nos informa ser muito alta a taxa de lesões em lutas de boxe profissional, sobretudo entre os pugilistas do sexo masculino.

Anselmo Silva

Professor Educação Física

Especialista em Treinamento Desportivo

CREF 283/G-AL

2 comentários:

Paulo Mendes disse...

Maceió, 28/05/2010.

Sid, bom dia.

Mais uma vez o Prof. Anselmo, surpreende a todos que fazem e militam nos Esportes de Combates e nas Artes Marciais. Inicia com uma abordagem histórica sobre a confecção e os motivos da utiização das luvas. Convém reforçar sobre o que foi observado pelo Prof. Anselmo..., que as luvas não diminuem em nada os choques causados pelos golpes dos lutadores aplicados à cabeça, muito pelo contrário. O peso da luva - aumento da massa, em conjunto com a força do golpe, aumenta em demasia o impacto causado por esses golpes. Ressaltamos também, que com o uso das luvas, o receio que o lutador tinha em quebrar as mãos e os pulsos, deixou de existir, ou seja os lutafores começaram a aplicar golpes com mita mais força e potência. Em nosso entendimento e corroborando, mais uma vez, com o Prof. Anselmo, os pricipais objetivos da criação e uso de "luvas de boxe", seriam: 1) Evitar escoriações, hematomas e cortes mais frequentes na face do lutador, causados pelas proeminências ósseas de nossas mãos; 2) Proteger nossas mãos e consequentemente suas articulações e ossaturas de possíveis luxações e fraturas - por serem muito mais frágeis do que os ossos que compõem nossa caixa craniana(ossos da cabeça). É isso que tenho a falar, concordando, sobre todos os sentidos, com o Prof. Anselmo. Agora nos resta agradecer pelos novos conhecimentos adquiridos e esperar pelos próximos artigos - "Protetores de Cabeça" (capacetes), "Protetores Bucais" (de boca), dentre outros.
Mais uma vez, estamos muito grato, ao Prof. Anselo, pelo aprendizado ofertado, bem como a você Sid, pelo espaço aberto (seu blog), para que estes conhecimentos pudessem ser transmitidos, alcançando e incentivando um grupo muito maior de lutadores e aficcionados por esses esportes.

Atenciosamente.

Paulo Mendes

Paulo Mendes disse...

Maceió, 28/05/2010.

Sid, bom dia.

Mais uma vez o Prof. Anselmo, surpreende a todos que fazem e militam nos Esportes de Combates e nas Artes Marciais. Inicia com uma abordagem histórica sobre a confecção e os motivos da utilização das luvas. Convém reforçar sobre o que foi observado pelo Prof. Anselmo..., que as luvas não diminuem em nada os choques causados pelos golpes dos lutadores aplicados à cabeça, muito pelo contrário. O peso da luva - aumento da massa, em conjunto com a força do golpe, aumenta em demasia o impacto causado por esses golpes. Ressaltamos também, que com o uso das luvas, o receio que o lutador tinha em quebrar as mãos e os pulsos, deixou de existir, ou seja: os lutadores começaram a aplicar golpes com muita mais força e potência. Em nosso entendimento e corroborando, mais uma vez, com o Prof. Anselmo, os principais objetivos da criação e uso de "luvas de boxe", seriam: 1) Evitar escoriações, hematomas e cortes mais freqüentes na face do lutador, causados pelas proeminências ósseas de nossas mãos; 2) Proteger nossas mãos e conseqüentemente suas articulações e ossaturas de possíveis luxações e fraturas - por serem muito mais frágeis do que os ossos que compõem nossa caixa craniana (ossos da cabeça). É isso que tenho a falar, concordando, sobre todos os sentidos, com o Prof. Anselmo. Agora nos resta agradecer pelos novos conhecimentos adquiridos e esperar pelos próximos artigos - "Protetores de Cabeça" (capacetes), "Protetores Bucais" (de boca), dentre outros.
Mais uma vez, estamos muito grato, ao Prof. Anselmo, pelo aprendizado ofertado, bem como a você Sid, pelo espaço aberto (seu blog), para que estes conhecimentos pudessem ser transmitidos, alcançando e incentivando um grupo muito maior de lutadores e aficionados por esses esportes.

Atenciosamente.

Paulo Mendes