segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ao Mestre com Carinho

É uma afirmação popular e até mesmo de alguns estudiosos do assunto, que o esporte é um fomentador de cidadania e que, principalmente, as artes marciais promovem no indivíduo jovem ou adulto uma mudança de conduta, pelo fato de se exigir disciplina, respeito, desprendimento e humildade de seus praticantes.

Infelizmente nem sempre é isso que presenciamos nos noticiários, vez por outra nos chegam fatos que vão de encontro à afirmação de que o esporte pode formar cidadão.

Buscando um assunto para compartilhar com os leitores deste Blog, iniciei junto a meu amigo Alberto Arruda, que é doutor em psicologia, e que nos anos 90 também deu sua contribuição ao Full Contact no estado da Paraíba, através da Associação Delta, uma conversa sobre o que escrever. Então conversa vai conversa vem, ele com sua visão do assunto me deu um norte e é por este norte que escrevo este texto.

Quando buscamos uma academia de lutas, independente se é arte marcial ou esporte de combate, no início somos freqüentadores, com o passar do tempo nos transformamos em alunos, e só alguns poucos se tornam pupilos (assim são chamados por seus treinadores no mundo do boxe, os atletas mais próximos).

Um pupilo pode ser: um órfão sobre a guarda de um tutor, ou simplesmente alguém que é protegido, eu posso de forma orgulhosa dizer que fui freqüentador, aluno e, finalmente, pupilo, pois o meu professor deixou de ser aquela figura distante detentora dos segredos, tornou-se com o passar dos anos amigo, irmão mais velho, e por vezes assumiu o papel de pai, nos momentos em que foi preciso um conselho maior.

Então posso afirmar que a minha personalidade tem um pouco ou porque não dizer um muito, dos ensinamentos extras à sala de treinamentos, ensinamentos para o mundo que me foram sempre muito úteis.

Felizmente dei muita sorte em encontrar uma pessoa que no sentido próprio da palavra foi e é um grande professor, então vocês devem está se perguntando e o que foi que o amigo dele lá de João Pessoa tem a ver com essa história?

Transcrevo abaixo um trecho dessas minhas conversas com o Professor Alberto Arruda, conversa esta que como já dito me impulsionou a escrever o que você já leu até agora.

O mesmo me respondeu o que se segue abaixo, quando foi sugerido os seguintes temas como sugestão para trabalharmos "O esporte de combate como canalizador da diminuição da violência urbana" ou "Contribuição das lutas na diminuição da agressividade” o mesmo me responde:

“Creio que os temas "O esporte de combate como canalizador da diminuição da violência urbana" ou "Contribuição das lutas na diminuição da agressividade" é muito relativo... Penso que tudo depende quase que exclusivamente do tipo de professor que se tem: alguns querem contribuir para a formação de pessoas, outros querem dirigir fábricas de pittyboys. Como dizia o velho Sr. Miagui (Karate Kid): "Não existem alunos ruins, apenas professores ruins." Na verdade não é sempre assim, pois tem aluno que não tem boa índole, porém a questão é que esses tipos geralmente ficam pouco tempo sob o comando de bons professores...”

Aí está uma preciosa contribuição para você que um dia terá seus freqüentadores, alunos e pupilos.

Obrigado amigo Alberto por sua visão!

E Obrigado ao meu Professor, amigo e irmão Paulo Mendes por todos estes anos de dedicação.

Hoje por força da formação acadêmica sou também chamado de professor, mas sempre lembrando o meu mestre com muito carinho.

Anselmo Silva

Professor Educação Física

Especialista em Treinamento Desportivo

CREF 283/G-AL

Um comentário:

Paulo Mendes disse...

Maceió, 24/08/2010.


A você AMIGO, simplesmente AMIGO, “ANSELMO”, o meu muito OBRIGADO, OBRIGADO, OBRIGADO, pelas palavras, pelos sentimentos, pala admiração, respeito, consideração, carinho, e por todos os demais adjetivos, que a nossa língua portuguesa possa qualificar as pessoas que nos quer bem.

Quero que saiba, que logo de início, com pouco tempo de convivência nos treinamentos, você deixou de ser apenas “PUPILO” e alçou a condição de “AMIGO”, para nunca mais deixar de sê-lo (“AMIGOS PARA SEMPRE...”), muito pelo contrário, nossa amizade cresce a cada dia, em progressão geométrica, contra todas as adversidades, que um dia a convivência possa nos ofertar.

Hoje somos AMIGOS e COMPADRES (sou Padrinho de seus filhos), freqüentamos a residência um do outro, possuímos gostos e desgostos semelhantes. “Hoje”, melhor afirmando, há muito tempo, também passei à condição de “PUPILO”, pois, com muito orgulho, ouço seus conselhos e sou orientado pela sua experiência de vida, afinal de contas, sua maioridade em termos emocional, de conhecimento técnico e de vida, já aconteceu há muito...

Cabe a nós “MESTRES”, um dia assumir com respeito, dignidade e valorização, a nossa nova condição de “PUPILO”, e que na verdade, nunca deixamos de tê-la. No transcorrer de nossas vidas, a condição de “MESTRE” e “PUPILO” se alterna, a depender da situação que se apresente no momento, e do estágio de desenvolvimento mental e emocional que nos encontramos etc.

Quero que saiba amigo ANSELMO, que as palavras de seu amigo “Alberto Arruda”, da Paraíba – “Doutor em Psicologia” (“Na verdade não é sempre assim, pois tem aluno que não tem boa índole, porém a questão é que esses tipos geralmente ficam pouco tempo sob o comando de bons professores...”), de que não existe bom “MESTRE”, se não existir o bom “PUPILO”, é veracíssima.

O que você é hoje, meu amigo ANSELMO, é fruto de que você foi ontem, de suas próprias virtudes, de seu caráter ilibado, e de seus familiares.

Acredito que a função do “MESTRE” é potencializar o que seu “PUPILO” tem de bom e minorar, ou mesmo, tentar extinguir aquilo que tem de ruim. Todos nós temos estes dois lados da moeda, uns mais outros menos...

Um ABRAÇO meu AMIGO e OBRIGADO, mais uma vez, pela oportunidade de tê-lo conhecido.


PAULO MENDES
(Seu Amigo e Admirador)

Professor Educação Física: ME – LP 9491
Pós-Graduado em Treinamento Desportivo – Universidade Gama Filho (UGF) – RJ