
Eu vivi o Boxe nos anos 80/90, os considero como sendo os anos dourados. Eu não entendia como alguém em sã consciência, poderia dizer que as lutas de lendas vivas daquela época como: Sugar Ray Leonard, Thomas Heans, Marvim Hagle e Roberto Duran, Julio César Chaves eram chatas, ou até mesmo monótonas.
Agora em 2011, eu penso o mesmo das atuais lutas. Nos anos 80, quem falava isto eram pessoas mais velhas, que viram lutas dos anos 40, 50, 60 e 70, hoje dou razão a estas pessoas. Quando eu era iniciante admirava e ainda admiro os boxeadores já citados, só que estas pessoas viram lutas de outras lendas tais como: Muhammad Ali, Joe Frazie, Joe Luis, Sugar Ray Robinson entre outros, e realmente o boxe era diferente.
O boxe era o verdadeiro boxe, povoado dos melhores 'pugilistas’ que o mundo já teve oportunidade de ver e acompanhar. Época em que só existia uma e logo depois duas grandes entidades que regiam o boxe no mundo. Todos os lutadores que almejavam o título mundial teriam que lutar de verdade, lutar contra os melhores, era um único e verdadeiro funil e só os campeões, de fato e de direito, conseguiam passar por ele.
Hoje existe uma verdadeira sopa de letrinhas de entidades, que outorgam títulos para quem quiser ou tiver vontade de ter. Antes o campeão dos pesos pesados era o homem mais poderoso do mundo, tanto o é que foi lançado em 1979 um gibi, onde o super-homem enfrentava nada mais nada menos que Muhammad Ali.
A existência de tantas entidades é fruto da pura ganância por dinheiro, pois sendo assim ocorreriam mais lutas por títulos mundiais e conseqüentemente, mais lutas por unificações de títulos, entre essas diversas entidades (puro comércio). O que aconteceu foi o descrédito do boxe em nível mundial, e conseqüentemente a diminuição do número de espectadores e de patrocinadores – fruto de lutas arrumadas, péssimas e de lutadores igualmente classificados.
Este esporte é, em minha opinião, atemporal, já que quando chamado de Pugilato participou de todas as edições das olimpíadas na Grécia Antiga (Era Clássica), e permanece até os dias de hoje com o nome de boxe, que longevidade não?
A nobre arte que legou aos outros esportes o procedimento de levantar a mão do vencedor, até mesmo a trilha sonora dos filmes sobre um boxeador “Rocky”, se transformou em trilha sonora para os esportes de lutas, sendo até mesmo obrigatória para treinos, abertura de eventos (nem sempre de lutas), cenas para os melhores momentos de lutas, etc. Quem as escuta lembra logo de onde vem a música, o exemplo maior é a música “Eye the Tiger” do grupo Suvivor.
Bem, cada um em sua própria época e com seus ídolos, continuo a ter admiração por boxeadores dos anos 80. Hoje, todavia, também nutro uma grande admiração pelos anos 40, 50, 60, 70, em minha opinião nestas épocas, não existiam lutas de boxe, existiam sim boas e grandes pelejas, então não me canso de ver e rever estas lutas. Por este motivo é que sou saudoso, e tenho saudade de uma boa PELEJA!
Anselmo Silva
Professor Educação Física
Especialista
CREF 283/G-AL
* Termo utilizado por treinadores de boxe de língua espanhola para diferenciar luta, peleja seria uma batalha no ringue.
Um comentário:
Maceió, 23/02/2011.
Boa tarde a todos.
É com muita satisfação, que venho mais uma vez, comentar a respeito de artigo do meu amigo/irmão e grande profissional das áreas: de Educação Física e dos Esportes de Lutas de Contato, Anselmo Silva, mais uma vez publicado neste Blog, que é, sem sombra de dúvidas, um grande veículo de informações e um grande forjador de opiniões, para aqueles que militam no campo das artes marciais e dos esportes de luta.
Como já havia comentado anteriormente neste mesmo blog, quando da recente visita de Anselmo à cidade de Natal, e pedi aos potiguares que aproveitassem ao máximo a estada dele e que sugassem os vastos conhecimentos adquiridos por Anselmo, durante toda a experiência e trajetória de vida como atleta, professor de educação física, e como ser humano, composto de inúmeros anos de vivências positivas e negativas também. Espero que realmente tenham aproveitado.
É... Meu caro amigo Anselmo, assim como você, já sou admirador da “nobre arte” há muito tempo, daquela praticada dos anos 40 até os anos 90, salvo algumas exceções posteriormente a estas décadas.
Gostaria de mais uma ver parabenizar-lhe pelo excelente artigo sobre o que é a verdadeira luta de BOXE, esperando que todos que têm acesso a este BLOG, tenham a oportunidade de ler e questionar se o que está sendo ensinado, mostrado nas televisões de todo o mundo e aprendido nas nas academias de todo o mundo é o BOXE na sua essência e história.
OBRIGADO.
Um abraço a todos, em especial a você Anselmo.
Do Amigo de Sempre.
PAULO MENDES
(Ex-boxeador)
Professor de Boxe e Professor de Educação Física: ME – LP 9491
Pós-Graduado em Treinamento Desportivo – Universidade Gama Filho (UGF) – RJ
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